sexta-feira, 29 de julho de 2011

Limites, um desafio aos pais e professores.


Limites, um desafio aos pais e professores.
 Muitas vezes nos parece fácil falar de limites, educadores e psicólogos enumeram uma série de regras e “porquês” do que se deve ou não fazer com uma criança para transmitir-lhes limites, mas na prática se torna difícil.
A questão do limite no desenvolvimento de uma criança é muito mais complexa e, são justamente os pais que deveriam introduzir na vida dos filhos as regras sociais que determinam os limites que, por sua vez, estabelecerão às relações interpessoais e os padrões de comportamento social. A escola deveria apenas seguir essa educação dita informal, mas que é, talvez, a mais valiosa para os seres humanos para a construção da sociedade como um todo.
As famílias, em qualquer classe social, me parecem que terceirizaram a educação de seus filhos às escolas e por sua vez aos professores. Pergunto-me: Como esses professores poderão, de forma desgarrada das famílias educarem essas crianças? Estabelecer limites que carregarão pela vida afora? As escolas e professores estão sobrecarregados de responsabilidades já que, deve-se a eles a educação formal, aquela munida de um vasto currículo que deve ser cumprido ao longo do ano escolar. Faço mais uma pergunta: Terá a escola e os professores tempo e habilidade de atender a essa educação? Essa que dará responsabilidades, que dará  limites que introduz na vida das crianças as regras sociais?
A escola desgarrada das famílias e vice – versa, por vezes, atrapalham a cabecinha das crianças: a qual educação deve seguir e a quem deve espelhar-se. Por vezes, essas crianças devem sentir-se como uma bolinha de ping - pong, sendo “jogadas” entre família e escola; ambas com seus motivos particulares estão eximindo-se em passar esse tipo de educação às crianças que, ainda são incapazes de discernirem a fantasia da dura realidade. A identidade de uma criança é algo construído tijolo por tijolo e, está calcada no que ouve e percebe dos adultos. E, como se não bastasse toda essa confusão, temos a mídia que adentra as casas dessas crianças sem pedir licença e passam uma realidade fantasiosa e perigosa; as crianças são as mais vulneráveis aos meios de comunicação principalmente a televisão com seus programas sem limites e, que são facilmente absorvidas por essas cabecinhas ávidas por conhecimentos.
As escolas por falta de tempo e por tratarem com crianças provenientes de realidades diferentes, têm dificuldade para oferecerem esse tipo de educação, de limites, o que, por vezes, pode ser considerado pelas famílias como modo de repreensão. Esse tipo de educação, a informal, exige tempo, não é de uma hora para outra, não é com castigo e repreensão, que gera constrangimento. As famílias eximen-se desse tipo de educação, por vezes, por falta de estrutura e de conhecimento - não existe um curso para se formar família e se ter filhos e, diga-se de passagem, os pais estão cada vez mais jovens.
Pelo descompromisso (seja qual motivo) das famílias e das escolas perdem-se oportunidades valiosas e fundamentais para o desenvolvimento de pessoas com personalidade e caráter.
As crianças não precisam de “pais/amiguinhos e de professores/tiozinhos”, precisam de pais e professores que juntos transmitam, com respeito, com autoridade - sem autoritarismo –uma educação que responda com a formação de uma sociedade futura com valores fundamentais de respeito, justiça e sinceridade, sendo assim, mais feliz e integrada ao seu meio.

Silvia Buss
Bióloga, zootecnista e escritora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por seu comentário!!!